LIVRO: UM PEREGRINO EM MINHA PRAIA

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

FELIZ ANO VELHO?

Existe feliz novidade para o velho homem? Não acredito que uma virada no calendário possa realizar tantos prodígios na vida humana! Não se trata de um ângulo de visão pessimista, mas, nem num "tão fundo assim", reconhecemos que a mudança ocorre, quando nos decidimos mudar, quando nos apresentamos, abrindo a mente e coração, reconhecendo que nem sempre o que embaraça nossa vida é o outro. O que nos impede de prosperar, não só materialmente, muitas vezes, é nossa acomodação, muito mais que a falta de oportunidades. Que não conseguimos um novo amor, porque a exigência quase irreal e descabida de muitos fá-los ignorar aquela máxima: "a pessoa que se acha perfeita busca alguém perfeito e... irretocável" e o encontro e realização de seres, humanos e reais, fica para o ano que vem...Que não partimos para um novo emprego, porque passamos os dias reclamando do atual, dando o mínimo de nós mesmos, exibindo uma mediocridade que não faz parte de nós ou não deveria fazer... Em janeiro, mudaremos, Deus permitindo, para a casa que construímos. Pois bem: se quisermos gozar de uma vida melhor do que a presente, não serão as paredes recém- pintadas que darão o tom do nosso humor e a qualidade da nossa convivência, mas, deixar para trás, não somente a mobília que não cabe ou é inadequada, mas os vícios cotidianos que tem perturbado a harmonia, incrementar nossa vontade de acertar, multiplicando o perdão e a paciência. Prostrar-nos ante o altar de Deus todos os dias, não nos limitando ao "ai, meu Deus!" do momento crítico. " No que depender de vós, vivei bem com todas as pessoas" dizem sabiamente as Escrituras em Romanos 12, isso vale para outras esferas de nossa vida, substituindo o olhar para a casa alheia, voltando nossos olhos exigentes para nossa casa interior, renovando o que está velho e retirando o que não serve, que se acumulou debaixo do espesso tapete de nosso orgulho e vaidade que teimamos em não enxergar. Se estamos dispostos e abertos à verdadeira renovação pessoal, para 2014, Feliz hum(Ano) Novo para todos nós e que Deus nos abençoe, poderosamente! Dora Tavares " Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito." Romanos 12:2.

A ORELHA DE MALCO RESTAURADA

A ORELHA DE MALCO RESTAURADA (Lucas 22:49-51 e João 18:10) “E, vendo os que estavam com ele o que ia suceder, disseram-lhe: Senhor, feriremos a espada? E um deles feriu o servo do sumo sacerdote, e cortou-lhe a orelha direita. E, respondendo Jesus, disse: Deixai-os; basta. E, tocando-lhe a orelha, o curou.” Um dos que estavam com Jesus feriu o servo do sumo sacerdote com sua espada, e cortou-lhe a orelha direita. Esse fato aconteceu quando o traidor, Judas, aproximou-se de Jesus para beijá-Lo, conforme combinado. Jesus, ao presenciar aquela cena de incontinência emocional, repreende o agressor, dizendo: “Basta. E tocando-lhe a orelha o curou.”. Por desconhecimento da Palavra de Deus, muitos diziam que, quem teve sua orelha decepada, foi um soldado romano. De acordo com o Evangelho de João, mais detalhista, o nome daquele que sofreu a agressão era Malco, um levita, futuro sacerdote, e, do agressor, Simão Pedro. Como sempre, esse apóstolo tentava resolver tudo de maneira atabalhoada e confusa, ainda não compreendera a missão de Jesus nesta terra e nem a sua própria, como um discípulo do Senhor. Mais uma vez, Jesus o repreende: “Mete a tua espada na bainha; não beberei eu do cálice que meu pai me deu?”. Os que se posicionavam contra Jesus e ali estavam presentes eram os principais dos sacerdotes, capitães do templo e os anciãos. Estavam cheios de si mesmos, executando, conforme seus pensamentos humanos, um grande serviço para Deus: mas, o poder das trevas imperava neles e entre todos. Segundo os historiadores, Malco acompanhava o sumo sacerdote para aprender dele o ofício, e seria ungido em breve. O sacerdote tinha de ser perfeito fisicamente, e não poderia lhe faltar uma orelha, muito menos, a direita. Era uma tragédia para quem estava aguardando a maior unção, a realização de seu grande sonho, de representar o povo diante de Deus. Seria o fim de uma brilhante carreira. A Lei de Moisés exigia a perfeição para o exercício do sacerdócio (Lv 22:17-23). Mas Jesus sabia de tudo, se tocou com o desespero no coração daquele homem, além do que, não necessitava de quem o impedisse de cumprir sua missão de redimir a humanidade. O Senhor, especialista em restituir sonhos, repreende Pedro e lhe recupera a carreira. Simão, inicialmente, pergunta “Senhor, feriremos a espada?”. Pela natureza de Pedro, antes de sua real conversão, intempestivo como era, não esperou a resposta do Mestre, que, seguramente, seria negativa. Pela emoção do momento, não seria difícil que ele, fosse apoiado, saísse distribuindo lances de espada e decepando cabeças. Mas não era esse o plano do Santo de Israel: “Mete a tua espada na bainha.”. Meter a espada na bainha tem um sentido bem mais profundo: o de recuar, quando estamos nos jogando numa atitude impensada; retroceder, quando enveredamos por caminhos perigosos; parar para pensar, antes de tomarmos uma atitude duvidosa; conter-se. Essa foi a pior opção para aquele que veio nos ensinar a oferecer a outra face às investidas do agressor. O Senhor não se abaixou, pegou o pedaço da orelha do servo do sumo sacerdote que caíra no chão e o recolocou, mas, tocou-lhe no lugar e refez o órgão. E é assim que o Senhor faz conosco: despreza a nossa porção corrompida que se espalha pelo chão e, pelo toque em nosso coração, somos refeitos, reconstituídos, restaurados em excelência, porque é Deus de amor. O Senhor também disse “deixai-os”, por conhecer a ignorância daqueles homens letrados, mas desprovidos do verdadeiro conhecimento de Deus que produz discernimento e compreensão dos caminhos projetados por Ele, através da sabedoria concedida pelo Espírito Santo: eles não sabem o que fazem. E disse “basta”, porque pregou o amor e contra a violência e um ato de agressão, apenas, pode desencadear uma tragédia sem fim e não era e não é esse o plano de Deus. Que possamos ser reestruturados no amor de Deus, que nosso coração partido pelas dores seja restaurado, que nossa alma carente seja reconciliada com o Pai, o Deus do impossível. Amém por isso!