LIVRO: UM PEREGRINO EM MINHA PRAIA

domingo, 6 de novembro de 2011

UM ESPINHO NA CARNE

          O apóstolo Paulo dizia que tinha um espinho em sua carne, algo difícil de suportar. Não ficou claro na Bíblia se era esse espinho físico ou espiritual. Não nos importa o tipo de aguilhão que o feria, apenas sabemos que pediu a Deus por três vezes a libertação desse mal. A resposta divina  da petição para o apóstolo veio numa frase: “...A minha graça te basta...” Certo é que não faltava espiritualidade no Apóstolo para que fosse atendido pelo Criador...
            Nossa oração deve estar de acordo com a vontade de Deus. Não é porque Ele não atende determinado pedido que podemos dizer que  não nos ouve, pois o Senhor vê, ouve e sabe todas as coisas. Promessas como a contida no livro de João 15.7 (Pedireis o que quiserdes e vos será feito), muitas vezes são mal-interpretadas e isso frustra pessoas fracas na fé e sem compreensão da Palavra de Deus. Ao lado disso, em Tiago 4.3, diz a Palavra que pedimos mal, não sabemos pedir, porque não levamos em conta a vontade do Pai.
            Também é fato que muitas vezes a profundidade da fé pessoal é questionada por nós mesmos e/ou por terceiros, ou pela própria família e isso, normalmente, concorre para enfraquecer ainda mais a confiança de alguns, os quais deixam de basear a sua fé no poder do Nome de Jesus, para confiar, em sua precária condição, estando estes fadados a cair em descrédito. Devem, ainda, ser consideradas como razão de dores e sofrimentos as escolhas erradas que fazemos, decisões para as quais não houve consulta ao Senhor.
            Sabemos,  que o Senhor opera de acordo com sua Santíssima vontade e Ele permite que certas coisas nos ocorram ou permaneçam nos incomodando, levando-nos ao sofrimento e à dor, por um propósito específico e especial. Muitos, ao verem suas petições atendidas, esquecem o Senhor, não querem mais dEle depender. Conviver com algo que nos sacrifica de alguma forma, sem lamúrias, sem queixas exageradas, nos entregando e entregando nossa vida no altar de Deus, todos os dias, é um exercício diário de fé, pois o poder se aperfeiçoa na fraqueza. Conviver com coragem e confiança com aquilo que nos desagrada é sinal de fé.
            O Senhor tem o melhor para nós. Quando o pão foi multiplicado por Jesus, não significou apenas e tão somente o atendimento de uma necessidade física imediata, mas que uma bênção maior, a espiritual, alcançava todas aquelas pessoas naquele momento. Quando o cego passou a ver, o coxo a andar sem tropeços, não se limitou a benção a um ato físico, mas numa oferta de salvação.
            Precisamos segurar essas bênçãos. Incontáveis são as graças que recebemos no dia a dia, muitas que até ignoramos, porque ainda estamos ligados apenas nas coisas que não temos ou que queremos muito e ainda  não fomos contemplados.  Se ainda há espinhos em nossa vida e Deus os tem permitido, convivamos com eles sem abandonar o ministério para o qual fomos chamados, o amor a Deus e ao próximo, a leitura da Palavra, e a congregação dos irmãos em Cristo.
            Poderemos, assim, compreender e aceitar o que Deus nos tem proposto, para que mudemos nossa visão espiritual e não desviemos os olhos de Jesus, o autor e consumador de nossa fé, que nunca pecou e sofreu mais que todos. Entreguemos a Ele, nossa dor, mágoas, desdéns e outros espinhos que nos ferem e Cristo curará todas as feridas de nossa alma e de nosso coração.  
            "E para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte. Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo" (2 Coríntios 12:7-9).

ENTREGAR-NOS A CRISTO

Deus exige de nós inteireza de coração. Os relacionamentos de uma maneira geral exigem uma entrega por inteiro, fidelidade, lealdade, confiança... Com Deus não é diferente, exceto que podemos enganar uma pessoa, nunca a Deus. Ele conhece mente e corações humanos e sabe que somos frágeis e pecadores.  Para que possamos manter um íntimo relacionamento com o Pai, devemos evitar pequenas concessões ao que é certo, pequenos pecados que, aos poucos, vão dominando, minando a fé , fazendo com que nos desviemos da verdade.  Pequenas raposas podem destruir um galinheiro. Portanto, não é apenas um pecado grave, de morte, que pode trazer um total afastamento de Deus.
O sapo, por ser um anfíbio, se adapta facilmente ao ambiente e às temperaturas. Se deixarmos um deles numa panela de água fria e acendermos o fogo, ele não notará que aquela situação pode levá-lo à morte, por cozimento o que fatalmente ocorrerá. Assim pode acontecer ao ser humano que, aos poucos, vai-se entregando ao pecado e se acostumando com o erro, a ponto de achar que está tudo certo, que nada está fazendo de mal. Assim, a gente pode se destruir e atingir a outros que estejam ao lado. Não matar e não roubar, apenas, não garante a salvação, mas, não se desligar da fonte que é Cristo.
 O Rei Salomão foi aos poucos se afastando de Deus, influenciado por mulheres e maus costumes. Há outros exemplos que a Bíblia nos traz, desde o princípio: Quando Lúcifer se rebelou nos céus, não foi de um momento para o outro, pois, aos poucos, ele foi se achando o melhor de todos, ao ponto de acreditar que era merecedor de adoração como Deus.
Jamais podemos conformar com os erros, com os pecadinhos, para nos mantermos na condição de verdadeiros adoradores do Deus único e supremo Criador. O coração é enganoso, por isso, devemos estar atentos se adoramos em espírito e em verdade, porque um coração mentiroso, falso, jamais agradará a Deus. Os filhos de Deus passam e passarão por provações, mas não podemos nos desviar por causa delas. O Pai não impede a tempestade, mas dá suporte para que seus filhos a enfrentem e a vençam. Deus trabalha com as lutas de seu povo, usa-as para amadurecer seus filhos. Nunca poderemos permitir que tais dificuldades sejam motivos para nos julgar abandonados pelo Pai.
Erros repetidos revelam a qual “deus” estamos servindo. Não há como servir a Deus, sendo escravo do pecado, Concessões (permissões) que fazemos no dia a dia, por pequenas que pareçam, oferecem brechas a Satanás para intensificar as suas investidas contra o povo de Deus. Por isso, devemos nos aplicar nas orações, na leitura da Palavra de Deus, no exercício de nossa fé, para que permaneçamos firmes, sabendo a quem adorar e como adorar.
 “Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal” (Hebreus 5:14).

CRISTO É A SOLUÇÃO

       Milhões de pessoas buscam  felicidade em várias coisas: fama, dinheiro, poder, bebida, drogas e em inumeráveis outras e só encontram desilusão. Não queremos dizer que todas as pessoas bem-sucedidas sejam infelizes, o que é lamentável é que muitas busquem preencher o vazio de suas existências em algo que não seja Deus.  
O ideal de vida do ser humano é, após receber a Cristo em seu coração,  viver  uma vida reta, de obediência aos mandamentos, buscando levar o evangelho a toda criatura, para que também seja batizada e se salve.
Todos nós nascemos com um vazio no coração e esse vazio acompanha o ser humano até que  seja preenchido com a presença de Deus, pois somente Ele pode ocupá-lo.  Muita gente busca incessantemente, sem jamais encontrar o essencial dessa vida.
Quando temos um encontro pessoal com Jesus, acontece  uma transformação radical em nós, nos tornamos novas criaturas; esse vazio é preenchido e nos sentimos plenos e em paz, mesmo em meio a lutas e desafios. Se passarmos pela existência sem esse encontro, mesmo se conseguíssemos tudo de valioso, morreríamos com esse espaço em aberto, Não há nada que possa preencher essa lacuna reservada para Deus. Também um coração afastado de Deus e entregue ao pecado é como um poço escuro e fundo, pois não há tesouro, loucura ou prazer que plenifiquem o homem...
Os que  experimentarm esse encontro com Cristo e se afastaram pelo pecado, igualmente  provam da terrível sensação do abandono, não porque o Senhor os despreze, pelo contrário, mas porque o pecado nos afasta da presença divina.
Se alguém ainda sente que há um vazio que parece não ter solução, abra seu coração para Jesus que deseja entrar: "Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, cearei com ele, e ele, comigo." Apocalipse 3.20. Existe um convite mais tentador do que esse?

UMA LENDA ESPECIAL

                                               
Conta-se que um construtor estava para se aposentar, após uma vida de dedicação e apreço ao que fazia. Como resultado, tornou-se um excelente profissional. Seu superior, aborrecido em perder um dos seus melhores empregados, pediu-lhe que fizesse sua última obra, que construísse mais uma casa, a definitiva.
Aceitou de má vontade a tarefa, não se empenhando como de costume no serviço; utilizou materiais de baixa qualidade,  sem se preocupar com o resultado de seu trabalho. Terminado o serviço, seu chefe, após inspecionar a obra, entregou-lhe as chaves do imóvel, dizendo: “Esta casa é sua! É meu presente para você!” Você, leitor,  e eu concordamos em que, se soubesse que aquela seria sua própria casa, não teria agido com tamanha displicência!
O mesmo acontece em nossa vida espiritual, a maneira como nos portamos diante de Deus e dos irmãos, vez que, de acordo com a Palavra de Deus, “ a obra de cada um se tornará manifesta, pois o dia a porá à mostra, porque será revelada por meio do fogo.” I Coríntios 3-13.
Vale uma pergunta: sobre o fundamento, o alicerce que é Cristo, estamos edificando com ouro, prata, pedras preciosas, ou materiais de madeira, feno e restolho que não resistem às chamas da provação?
É maravilhoso encontrar a Jesus, aceitá-Lo como nosso único e suficiente salvador pessoal, porém, é apenas o começo de uma vida de fé, de ajuda mútua, de conhecimento da vontade de Deus através da leitura da Palavra, muitas vezes, morrendo para nós mesmos e assumindo a nossa cruz para seguir os passos dEle, que é o caminho, a verdade e a vida.
Não podemos pretender alcançar a outra margem, vencendo a profundidade pelos nossos pequenos recursos, ignorando a ponte que nos pode conduzir com segurança aos braços do Pai que nos aguarda com profundo amor, de coração e braços abertos!
É necessário fortalecer-se no Senhor, pois, durante nossa edificação nesta terra, precisamos vestir a armadura da fé que Deus nos dá para enfrentar o inimigo e reconhecer suas ciladas, as suas estratégias contra nós, o mundo e a igreja de Cristo, para seguirmos firmes, sem recuar.
                                   Que Deus nos abençoe e nos livre a todos do mal.

O FIM DA LEI É CRISTO

             Todos sabemos,  pela  Palavra de Deus,  que a Lei é santa e o mandamento santo, justo e bom. Rm 13-8 e 9. Sim, tudo o que provém de Deus é bom, pois criou todas as coisas para o bem do ser humano,  para que ele se edifique como pessosa e alcance o prêmio da  salvação eterna.
            Vale lembrar que a Constituição de vários países, teve como base os Dez Mandamentoss, escritos pelo dedo dEle e entregue a Moisés no monte Sinai, porque espelha o mais alto teor da justiça divina, vez que a justiça humana é comparada a pano de imundícia.
            Como Deus nos conhece, reconhece nossa fragilidade e fraquezas, enviou Seu  único filho, Jesus, para  morrer  na cruz, para que sejamos justificados de nossos pecados e nos libertemos das culpas, pois, somente  Ele tem o poder de resgatar e salvar. Assim, sabia o Criador que, embora seja santa Sua Lei, jamais poderíamos ser justificados pelo cumprimento dela, pois  falhamos e sempre falharemos . Necessitávamos de um salvador, o mérito humano não tem nenhum valor para Deus.
            A misericórdia divina deseja que todos nos salvemos, por isso,  pretendeu que imitássemos a santidade de Cristo,  sua submissão e obediência ao Pai, sua prontidão espiritual diante do Reino. A partir da morte e ressurreição de Cristo, passamos a nos orientar pelos Mandamentos de Jesus que nos ensinam a  amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Mesmo assim, isso muitas vezes nos parece impossível de conseguir!... Quando nos convertemos, essas ordenanças são cravadas em nosso coração e atender  a elas se torna natural e mais do que possível!
            Temos de produzir, com a ajuda de Cristo, frutos no espírito, para que sejamos abençoados e honrados por Deus. Quando a figueira negou seus frutos a Jesus, ela foi amaldiçoada, ficando destituída totalmente da graça de Deus. Embora estivesse majestosa em aparência e rica de juventude, recebeu a terrível sentença de nunca mais produzir. Portanto, é importante nosso compromisso como ser humano  diante de Deus, pois valemos mais que a erva e do que os pássaros.
            Não há por que questionar se estava  ou não no tempo de figos, vez que, a vontade de Deus era  que ela se prontificasse a dar seus frutos, apesar da natureza dizer o contrário, pois estava viçosa, repleta de folhas; talvez um lembrete vivo da falta de frutos em Israel, como nação de Deus. Por essa razão, usou aquela árvore como ilustração dramática de sua lição aos discípulos. Também nós não podemos agir assim, quando Deus nos solicita para alguma obra: precisamos estar sempre prontos a cumprir a vontade  dEle, pois Ele nos capacita no exercício dela, dando frutos de santificação e, por fim, a vida eterna!