LIVRO: UM PEREGRINO EM MINHA PRAIA

terça-feira, 26 de novembro de 2013

JESUS AMALDIÇOA A FIGUEIRA


                         

 

                             (Mateus 21:12 a 22; Marcos 11:12 a 14)

 

                   Jesus saía de Betânia pela manhã, sentiu fome, pois, como homem, estava sujeito às mesmas situações que nós. Olhou ao longe e viu como saciar sua fome, ao avistar no caminho uma bela figueira, repleta de folhas. Animou-se. aproximando-se, viu que nela não havia qualquer fruto, apesar da boa aparência. Não era tempo de figos. Jesus a amaldiçoa, à vista de seus discípulos, por Lhe ter negado os frutos: “Nunca mais coma alguém fruto de ti.”. E ela secou imediatamente.

         Eles devem ter questionado em silêncio o fato de Jesus cobrar daquela árvore uma atitude que não estava ao seu alcance naquele momento. Eles entendiam literalmente tudo que Jesus falava, muitas vezes necessitando de explicações, porque não discerniam pelo Espírito, ainda se encontravam na carne. Mas se maravilharam com o que o Senhor acabara de fazer. Mas Jesus disse: “Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidar, não só fareis o que foi feito à figueira, mas até, se a este monte disserdes: Ergue-te e precipita-te no mar, assim será feito; e tudo que pedirdes na oração, crendo, o recebereis.”.

 No Evangelho de Marcos, cap. 10, vers. 45, Jesus explica uma entre as funções principais de sua vinda a terra: Veio para servir e não para ser servido. Infelizmente, como os fariseus, no tempo de Jesus, as pessoas adoram teorizar sobre os grandes temas da humanidade, sobre os problemas que as afetam, sem, contudo, mover "um dedinho" que seja, para minorar aquela situação desfavorável, de seu "próximo" que esteja mais próximo.  Entendemos que não dá para servir a distância, sem entrar em contato com as pessoas. Não dá para servir sem envolvimento pessoal. Serviço requer envolvimento. Amor, caridade, em seu sentido intrínseco, é diferente de filantropia, que é um termo genérico.

                      "Não tenho tempo como deveria", "não tenho estrutura psicológica", "sou fraco para essas coisas" são as desculpas clássicas de quem não pode ou não quer abrir mão de seus privilégios, do conforto de sua cama, de sua rotina, que muitas vezes a está esmagando, tornando-a um ser inútil aos olhos de Deus e aos olhos de seu próximo.  Só teremos estrutura, só seremos suficientemente fortes, nos manteremos de pé, apesar dos tropeços, se, como galhos de uma árvore, estivermos ligados ao tronco, recebendo a seiva abençoada que vem do Criador e nos faz fortalecidos para erguer os que estão caídos.

               "Sem mim, nada podereis fazer..." são palavras de Jesus em João 15.5: assim, há varas que estão dando fruto e outras que não estão, por isso, temos necessidade de manter a vara limpa, para que ela dê mais fruto. Conhecemos a consequência na vida de quem não está frutificando. Ela serve para ser lançada no fogo e queimada. E, se estamos dando fruto, Jesus fez um alerta em: João 15.2: "Toda vara em mim que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto". Lembremos-nos da passagem de Jesus, onde o Mestre, cansado e faminto pediu à figueira que lhe desse um fruto e ela se negou, razão por que Jesus a amaldiçoou para que ela secasse e nunca mais frutificasse.

         Podemos extrair lições desse episódio: Primeiro, pertencemos a Cristo para darmos frutos para Deus (Rm 7.4). Segundo, a inexistência de frutos espirituais no crente comprova que não pode permanecer no meio do povo de Deus, portanto, é desarraigado de Cristo. Jo15: 2. As obras não salvam somente Jesus salva, conforme preconizam as Escrituras, mas fomos formados e talhados para as boas obras, para andarmos segundo a vontade de Deus e se não estivermos fazendo parte do Reino, nossas obras serão mortas. Primeiro temos de buscar o Reino, para que nossos frutos sejam verdadeiros. Terceiro: a fé remove montes. Os discípulos se maravilharam com algo que, com fé, também poderiam fazer e esse recado é para todos nós.

               Num mundo em que as pessoas gostam de serem servidas, Jesus nos apresenta um caminho melhor. Um caminho tão necessário para esta geração do EU em primeiro lugar. “Isso me convém”, “isso me interessa”, “aquilo vai ser bom para minha vida”, “isso pode me trazer algum ganho moral ou material" e por aí afora.

            Jesus propõe algo revolucionário: Seja servo. Dê de si mesmo para os outros. Coloque a mão nas feridas e alivie o outro da coceira ou da dor, lave o chão, cozinhe, lave os pés daquele que está impossibilitado de fazê-lo. Uma palavra falada na dose certa, no momento oportuno...  Isso não diminui ninguém, nem o torna menos importante. Jesus lavou os pés dos Apóstolos e o fez com amor e doação. É muito fácil amar o belo, os bem-nascidos, os "perfeitos" perante os olhos humanos, os de boa cabeça, os privilegiados da sorte, difícil é amar os menos favorecidos, fazer algo pelos desprivilegiados da sorte, os pequeninos de Deus. Mas imprimindo fé em tudo que se faça, pois sem a fé incondicional em Deus nada faz sentido.

             À luz disto, eu entendo porque, embora sejamos uma geração de pessoas tão voltadas para si mesmas,  somos infelizes. Por que será?  Enquanto não nos dermos por inteiro, sem amarras, sem preconceitos, com todo o amor de que é possível ao ser humano, como reflexo da bondade do Deus vivo, seremos vítimas de nosso próprio egoísmo: essa torre de marfim, esse invólucro de cristal que nos põe a salvo do mundo, a serviço dos prazeres pessoais mundanos...

Lutamos ainda pelos primeiros lugares, mas a alegria duradoura só é alcançada, quando descemos do pedestal e passamos a servir. É no serviço ao outro que encontramos realização.  O serviço voluntário, o dar sem esperar nada em troca é a base da nossa verdadeira humanidade e felicidade. O servir tem as suas recompensas. Uma delas é a alegria. Servir faz bem para saúde e para o coração.

               Há uma grande diferença entre “ser salvo” e tornar-se “discípulo de Jesus”. A primeira é que a salvação é de graça, mas a vida de discípulo tem um preço. Muitos querem apenas a salvação, mas não desejam seguir a Jesus como Ele ordenou.

            O instrumento aferidor para saber se alguém é discípulo de Cristo é o amor: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13.35). Portanto, coração e mãos à obra de Deus, com muita fé e confiança, naquele que promete e realiza maravilhas no viver de cada um que acredita!

 

domingo, 24 de novembro de 2013

RESSURREIÇÃO DE LÁZARO


                                            (João 11:17-45
        

         Pela distância entre as cidades de Betânia e Jerusalém (quase quinze estádios), Jesus calculou que Lázaro, seu amigo querido, estava há quatro dias na sepultura. Marta e Maria, irmãs do falecido, eram consoladas pelos judeus. Sofriam muito, pois era seu único irmão.

         Infelizmente, a morte foi o mais alto preço que pagamos pelo pecado cometido no Jardim do Éden, quando nossos primeiros pais perderam a comunhão com Deus pela desobediência.  A morte física é muito triste, transforma pessoas alegres em desconsoladas; um lar tranquilo, num vale de lágrimas. Mas ninguém escapa dela, não tem como evitar esse final doloroso na vida de todos os seres viventes. Mas, a pior e definitiva é a morte eterna.

         Em Betânia, Marta e Maria sofriam terrivelmente a separação, até que Marta soube que Jesus vinha e foi ao Seu encontro; Maria, porém, ficou assentada em casa. Desta vez, foi Marta quem se aproximou primeiro de Jesus. Maria também O amava e confiava que, se estivesse presente, como de outras vezes, seu irmão não teria morrido.  E acrescenta: “Mas agora sei que, tudo quanto pedires a Deus to concederá.”.

         Os três irmãos eram amigos muito chegados de Jesus e Marta aprendera convivendo com a Misericórdia, que Deus tinha muito mais a oferecer do que poderia supor. Aprendeu também que, tudo incluía, inclusive, não deixar a seu irmão perecer. Jesus apreendeu o recado: “Teu irmão há de ressuscitar.”.

         Era muito para aquele coração sofrido entender de pronto uma mensagem dessa dimensão, por isso retrucou: “Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último dia.”. Ao ouvir isso, compreendeu que ela não entendera profundamente o que poderia oferecer a ela naquele mesmo instante.

         Infelizmente, nós mesmos, os que conhecemos a Jesus, ainda teimamos em colocar obstáculos à ação do Senhor em nossa vida. Não há impossível para Deus e, segundo a Sua santíssima vontade, tem para nos oferecer e realizar por nós e em nós, muito mais do que pedimos,  pensamos ou sonhamos.

         Jesus ousou um pouco mais e respondeu à Marta: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. Crês tu nisso? Disse-lhe ela: Sim, Senhor, eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo.”.

         Marta, porém, apesar de não ter entendido tudo, sabia o suficiente para crer. Reconhecia que Aquele era o Filho de Deus que havia sido anunciado pelos antigos profetas e que vinha com uma missão, a salvação do mundo.

         Marta saiu de perto de Jesus e foi chamar secretamente sua irmã Maria, dizendo que Jesus a chamava. Apressou-se em encontrar com o seu Mestre. Até esse momento, Ele não havia chegado à aldeia, ainda estava no mesmo lugar onde Maria o encontrara.

         Os judeus permaneceram com Maria, dentro de sua casa, consolando-a e viram que se levantou e saiu apressadamente, seguiram-na, julgando que iria até a sepultura do irmão para chorar. Estavam enganados, buscava por Jesus.

Maria chegou onde Jesus estava, lançando-se a seus pés, disse: “Se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.”. A exemplo de sua irmã, ela também conhecia o poder e a misericórdia do Mestre e, como Filho de Deus tinha condição de impedir a sua morte. Quem mais poderia fazer isso senão Ele?

Quando Jesus viu Maria chorando, juntamente com os judeus que a acompanhavam, moveu-se de compaixão e disse: “Onde o pusestes?”. Responderam: “Senhor, vem e vê.”. Jesus chorou.

O choro de Jesus diante da sepultura de Lázaro mostra com clareza a dualidade do caráter do Filho de Deus: podia ressuscitar o amigo morto, pelo poder emanado dos céus; como homem, na sua condição humana, se comoveu pela dor das irmãs e dos amigos de Lázaro, por isso, chorou. Lamentou-se diante da tristeza da morte e por toda a humanidade ali representada. Mas havia uma unidade no plano pessoal, sendo sensível às dores do povo e se propondo a aliviá-las.

Os judeus se dividiram diante da comoção de Jesus, pois, alguns se admiravam dizendo “Vede como o amava”. Outros preferiam ironizar dizendo que, “Não podia ele, que abriu os olhos aos cegos, fazer com que este não morresse?”.

Diante de tamanho desconhecimento dos planos de Deus para cada pessoa, o espírito se moveu fortemente no Senhor. Jesus foi até a sepultura e pediu que removessem a pedra que lacrava a caverna: “Tirai a pedra”. Como abrir a sepultura após quatro dias? Era a pergunta que Marta fazia, porque, logicamente, cheirava mal. Jesus, pacientemente respondeu: “Não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus?”.

Nessa passagem dá para avaliar como a fé dos seres humanos oscila entre altos e baixos. Ao mesmo tempo em que Marta parecia confiar plenamente no Senhor, duvida de sua palavra, quando questiona a sua atitude diante da sepultura. Assim colocamos obstáculos desnecessários à ação do Espírito de Deus em nossa vida.

Depois que retiraram a pedra, Jesus olhou para os céus e agradeceu ao Pai por lhe ter ouvido e completa: “Bem sei que sempre me ouves; mas eu disse isto por causa da multidão que está em redor, para que creia que tu me enviaste.”. A confiança de Jesus no Pai celestial se revelou mais uma vez total e irrestrita, pois a intimidade e a sintonia entre ambos são perfeitas: “Eu e meu pai somos um.”. João 10:30.

 Antes de Deus responder, Jesus sempre tinha a certeza de que sua petição havia sido atendida. Mas era preciso convencer aquela gente que O questionava sem razão e por ignorância. Mas a bondade e misericórdia a tudo superavam, por isso, Jesus agia de acordo com os que o rodeavam, para levá-los à compreensão, por puro amor.

“Lázaro, sai para fora”,  clamou Jesus em altos brados, e o defunto saiu, envolto em faixas e seu rosto, num lenço. Disse-lhes Jesus: “Desligai-o e deixai-o ir.”. Depois dessas coisas, muitos dentre os judeus, que estavam com Maria, creram. Alguns foram até os fariseus e narraram o sucedido, o que aumentou a sua preocupação sobre Cristo, pois Ele fazia muitos sinais.

Hoje, a nossa preocupação deve recair sobre aqueles que estão mortos em seus delitos, acariciando pecados de estimação, como se não importassem. Jesus tem um plano de ressurreição espiritual para cada um, por isso temos de levar a eles a Palavra de salvação, para que se toquem e resolvam deixar o Espírito de Deus agir sobre si, convertendo de seus maus caminhos, vindo a ter seus nomes grafados no Livro da vida, para que não pereçam para sempre.  Para Deus tudo é possível!

        

 


        
                    



sábado, 23 de novembro de 2013

CURA DE UM HIDRÓPICO


                       

                                           (Lucas 14:1 a 6)

         Era sábado. Jesus entrara na casa de um dos principais dos fariseus para comer pão. Como sempre, Jesus estava na mira dos fariseus e dos doutores da lei. Entre as pessoas, um homem hidrópico, sofria de hidropisia. Essa doença caracteriza-se por acumulação anormal de líquido seroso nas cavidades do corpo ou nos tecidos, causando inchaço.

         Antes que fosse interpelado pelos seus acusadores, Jesus os interpelou: “É lícito curar no sábado?”. Eles, porém, se calaram. Jesus o tomou, curou-o e o despediu.  Acredito que se silenciaram para que Jesus seguisse em frente no seu intento, para ter mais um motivo, forte para eles, de  O condenarem. Jesus curou o homem por compaixão, mesmo sabendo que, por esse ato, o acusariam.  A vida humana, Jesus mostrou, é mais importante do que a sobrecarga que acrescentavam à lei de Moisés.  A lei   ordenava  que não trabalhassem no sábado, eles inventaram o resto. Preocupavam-se  tanto com os pormenores, que esqueciam o essencial: a lei do Amor!

         Jesus, conhecendo todos os pensamentos daquelas pessoas, disse: “Qual será de vós o que, caindo-lhe no poço, em dia de sábado, o jumento ou o boi, o não tire logo?”. Continuaram calados, sem ter o que dizer. Aquela gente era muito ligada aos bens materiais e Jesus conhecia o coração de cada um deles. Não salvariam o animal por compaixão, mas, por temer o prejuízo. Quanto mais não vale o ser humano?

         Essa doença, popularmente conhecida como barriga d’água, é muito triste, pois, causa uma má aparência, a água se concentra nos tecidos, sendo mais visível no ventre, projetando-o. A pessoa sofre de  dor abdominal difusa, perde o apetite, sente náuseas, tem dificuldade para respirar, principalmente quando se deita, por causa da pressão que o líquido exerce sobre o diafragma, segundo especialistas. como esse homem sofria!

         Entre a vida e a desgraça, Jesus escolhe a vida. Curar uma pessoa, libertando-a do mal é a prática do bem que deve prevalecer sobre as outras determinações, porque Jesus quer que todos tenham vida em abundância. Para a prática do bem, não existe momento ideal, nem hora, nem dia, mas sempre que encontramos algum necessitado.

         Para praticar a cura e beneficiar essa pessoa, de quem nem sabemos o nome, Jesus não esperou que ele pedisse, suplicasse com desespero, mas reconheceu o seu mal, sentiu suas necessidades e se dirigiu a ele para acabar com aquele flagelo. É assim que devemos agir, dirigirmos às pessoas carentes, talvez até de uma palavra animadora, com sinceridade e não economizar no carinho e na dedicação. O melhor dos exemplos, Jesus nos deu: amar sem limites!

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

OS MILAGRES QUE JESUS NÃO CONSEGUIU FAZER


           

        
        Quando eu morava numa cidade de interior de Minas, na década de setenta, antes de me mudar para a capital, era bastante conhecida onde vivi, por mais de dez anos. Trabalhei lá numa instituição pública, da qual sou aposentada, local em que me relacionei com alguns colegas, alguns menos, outros, mais, a verdade é que me dei a conhecer a todos.
Passado pouco mais de um ano, fui designada para fazer um trabalho de preparação para um concurso público naquela cidade, não por coincidência, porque havia outras cidades  a  escolher, mas o fiz de propósito, para rever os colegas. Quando cheguei à Rodoviária, vi na plataforma o motorista da Agência que olhava para dentro do ônibus, como que buscando por alguém. Gostei de vê-lo, cumprimentei-o, perguntando o que ele fazia ali, a quem esperava. Para minha surpresa, respondeu-me que fora buscar uma funcionária de Belo Horizonte, para encaminhá-la ao Hotel. 
Jamais imaginei que seria recepcionada dessa maneira naquela terra, com tamanha distinção.  Porém, a surpresa, ou desconserto dele foi maior, quando confirmei que essa pessoa era eu mesma, que não precisava esperar por mais ninguém. Mais tarde, na agência, soube que pensaram em várias pessoas com o mesmo nome, somente não pensaram que fosse eu.  
Tudo bem, passou. Mas, por que me lembrei desse fato? “Naquele tempo, dirigindo-se para a sua terra, Jesus ensinava na sinagoga, de modo que ficavam admirados. E diziam: “De onde lhe vem essa sabedoria e esses milagres”?”. Mt 13:54-58.
Como aconteceu a Jesus, e comigo, as pessoas não estão preparadas muitas vezes para aceitar as mudanças, principalmente com relação a crescimento, sucesso, seja ele em que plano for. Como conhecem a origem e a procedência, isso parece diminuir as chances de aquela pessoa se projetar ou se sobressair. No meu caso, se chegasse ali uma pessoa estranha, fora do círculo do conhecimento das demais, seria julgada mais inteligente e mais capaz para receber uma incumbência de tamanha importância e responsabilidade. No plano espiritual, esse problema é ainda bem mais sério. 
“Não é ele o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? E suas irmãs não moram conosco? Então, de onde lhe vem tudo isso?“:
Se chegasse a Nazaré, um sacerdote de alta linhagem dos judeus, ricamente vestido, será que seria diferente? No caso de Jesus, sendo nazareno, filho de carpinteiro, com uma mãe chamada Maria como outras, cujos irmãos e irmãs viviam ali, poderia ter tanta sabedoria, dominar a Palavra de Deus, instruir, admoestar, e até curar? Quanta prepotência, pensaram, ninguém o viu estudar, frequentar escola! Quem é ele para que nele acreditemos? Mas era o mesmo que arrebanhava multidões nas cidades e vilas por onde passava, realizando todo tipo de milagre e muitos creram e cada vez mais aumentava a quantidade dos que criam.
“E ficaram escandalizados por causa dele, Jesus, porém disse: um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua família. “E Jesus não fez ali muitos milagres, porque não tinham fé” Mt. 13:54-58. De acordo com Mc.6:5 e 6, Ele não pode fazer muitos milagres em Nazaré, curou poucos doentes, com imposição de mãos, admirado com tamanha falta de fé de seus conterrâneos. O poder de Deus não estava limitado ou fraco, nem era possível,  mas eles mesmos limitavam em si a possibilidade de receber graças, por descrerem.  Cada vez mais, Jesus abria portas de salvação para os gentios, que, ao contrário do Seu povo, cria nEle e, através dele, conheciam o Reino de Deus:  "Não há profeta sem honra, senão na sua terra e na sua casa" Mt 13:57;  no livro  de Marcos, é acrescentado: "entre os seus parentes" Mc 6:4.
É assim que Deus age, priorizando a fé, para que a pessoa perceba que remove montes, com certeza.  Um exemplo disso é que, todos os dias, Deus distribui bênçãos para todos, como o sol e a chuva, indistintamente, faz crescer a semente, produzir o grão, para bons e maus, mas, ninguém se dá conta da bondade do Pai em seu dia a dia. Se distribuísse milagres a torto e a direito, ninguém valorizaria e nenhum propósito de Deus se cumpriria.
Quando Elias declarou que não choveria em Israel durante três anos e meio, aconteceu e, faltando alimentos, Deus mandou que o profeta fosse à casa da viúva em Serepta de Sidom, mulher gentia, e lhe levasse o socorro, apenas a ela, embora houvesse muitas outras viúvas naquela região. Também Naamã foi curado da lepra, quando se colocou na brecha para ser contemplado com a cura. Havia muitos leprosos até mais carentes do que o oficial, mas Deus tem um propósito para cada pessoa no tempo certo e por um motivo específico.
Vamos orar e suplicar a Deus que aumente a nossa fé, para que  se agrade de nós e realize em nós e, através de nós, o Seu magnífico plano de amor. Louvado seja o Pai para todo o sempre!


RUTE E NOEMI




Elimeleque, homem judeu, era um mercador bem sucedido. Casado com Noemi tinha dois filhos varões, Malom e Quilion. Para fugir da fome que assolava Judá e da miséria vindoura, mudou-se com a família para Moabe.


Rute era uma princesa moabita, estava insatisfeita com a idolatria de seu povo, pois conhecia e amava o Deus verdadeiro, razão por que abriu mão de tudo, inclusive de seu título e foi morar entre o povo ao qual admirava e amava. Aproximando-se da família de Noemi, tornou-se sua amiga, até que seu filho pediu a Rute em casamento, o que muito a alegrou. O segundo filho de Noemi também se casara com uma mulher moabita, Orfa, ambas estrangeiras.

Passado um tempo, o esposo de Noemi morreu, bem como seus dois filhos, restando ela e suas noras. Sem hesitar, Noemi informou-lhes que voltaria para sua terra, Belém de Judá, porque soubera que a fome em Israel havia terminado. Disse que não poderia forçá-las a ir consigo, pois, voltando para a casa de seus pais, poderiam encontrar outro marido e refazer suas vidas. Choraram em altos brados, pois nenhuma delas queria a separação.

Orfa, ainda que muito triste, acatou a sugestão e apartou-se da sogra e seguiu seu caminho, voltando para seu povo e seus deuses. Rute, porém, chorou e implorou que a deixasse acompanhá-la, pois se apegara a ela e porque serviam ao mesmo Deus, ou seja, o Deus vivo e verdadeiro.

Noemi deixou sua terra para buscar vida e encontrou a morte para sua casa. Foi buscar dias melhores, mas se amargurou, se entristeceu, dizendo que não mais chamaria Noemi que significa amável, agradável, para se chamar Mara, amargura, amargurada. Estava revoltada inclusive com Deus, devido aqueles sofrimentos, julgando que Ele estava contra ela.

Enfim, as duas chegaram à Terra Prometida em tempos de colheita da cevada. Por estarem exaustas da longa viagem e com fome, Rute deixou Noemi descansando e partiu para o campo mais próximo, buscando alimento. Em Israel, era costume dos ceifeiros deixarem o cereal que fosse para o chão para os pobres e viúvas. Pela providência divina, o campo escolhido por Rute pertencia a Boaz, um parente de Elimeleque, falecido marido de Noemi.

Quando Boaz soube, através do feitor, que aquela moça era nora de Noemi, sendo ele parente de Elimeleque, recebeu-a com carinho e deixou que colhesse tudo de que precisasse, por ter sido generosa com a sogra, insistindo a que ficasse ali entre suas servas.

Rute voltou para casa carregada de cereais, razão por que Noemi, sua sogra, bendisse o nome daquele que a havia ajudado e, ao saber o seu nome, alegrou-se ainda mais, por ser seu parente próximo. Assim, Rute continuou na colheita do trigo e da cevada até que terminasse a sega.

No último dia, Noemi sugeriu a Rute que, quando Boaz se deitasse, ela descobrisse os pés daquele homem e deitasse ao seu lado e esperasse pelo que ele lhe dissesse. Ela assim procedeu e, quando ele deu pela presença de Rute, ela se fez reconhecer e pediu-lhe que a cobrisse com a capa. Ela informou-lhe que deveria ser o seu resgatador e, na manhã seguinte, sem tocar nela, encheu a capa de cereais e despediu-a.

O resgatador deveria ser um parente mais próximo, segundo o costume, que, comprando as terras que pertenciam à Noemi, deveria tomar a mão de Rute em casamento, mas o primeiro de direito não se interessou e transferiu o direito a Boaz, que comprou a terra e recebeu a mulher para si. Dessa união, nasceu Obede, que foi pai de Jessé e avô do salmista e rei, Davi. E da descendência de Davi, nasceu o salvador, Jesus. Quanta honra para quem se sentiu desprezada e perseguida por Deus!

Essa história era tão importante para a formação do povo bíblico que ela foi guardada e transmitida, oralmente, por vários séculos, até se tornar um documento escrito e incluído no livro sagrado de Israel.

Naquele tempo, como ainda hoje, o povo procurava cumprir as formalidades externas da lei, sem, contudo, relacioná-la à vida humana e suas carências básicas, a saber: o amor, a bondade, a compaixão... Foi nesse momento, que o povo crente fez uso da história de Rute, para mostrar às pessoas que o amor é mais importante que a letra da lei. A letra da lei é morta, se desassociada da obediência por amor. Seu cumprimento é necessário, pois nem um til passou dela, porém, não sejamos, apenas, legalistas.

Essa narração mostra também que Deus cuida de nós, dirige-nos em nossos caminhos, por isso, devemos entregar a nossa vida a Ele, sem dúvidas e sem reservas, pois Ele sabe o que é melhor para nós, e o tempo oportuno.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

SEGUNDA MULTIPLICAÇÃO DE PÃES

  
          (Mateus 15.32-39; Marcos 8.1-9)

Os milagres continuavam se realizando e, quanto mais proibia a sua divulgação, muito mais pessoas chegavam aos pés de Jesus. Eram necessitados, tais como coxos, cegos, mudos, aleijados e outros que eram curados. Não era para menos, nunca haviam visto poder nenhum transformar aleijados em pessoas perfeitas, sem deficiência, por isso glorificavam o Deus de Israel.
Jesus é a própria misericórdia, pois, enquanto seus discípulos se mostravam despreocupados, embora na primeira multiplicação, eles é que procuraram a Jesus para cobrar uma atitude, Jesus se manifestou. Então, Ele os chamou e falou de compaixão, dizendo que há três dias aquela multidão estava ali, longe da cidade, muitos vinham de terras distantes e não podia despedir o povo com fome, pois poderia desfalecer pelo caminho. Claro que, alguém intimamente ligado ao Pai do céu, jamais esqueceria o cuidado com os semelhantes. Quem se diz amar a Deus deve ter uma vida de comprometido com o amor, para não se fazer de mentiroso.
Os discípulos, na sua incredulidade, novamente questionaram o Mestre, dizendo que não tinham como conseguir pães para saciar a fome de tanta gente! Incrível porque era essa a segunda vez que multiplicaria pães e peixes: Como poderiam questioná-Lo, se haviam presenciado essa mesma situação e conheciam o Seu poder de multiplicação? Mas Jesus ignorou esse detalhe, porque conhece a dureza de nosso coração que, depois de sermos agraciados com tantas bênçãos, ainda temos dúvidas se de novo virá ao nosso socorro em outras necessidades! Que seria de nós sem a misericórdia de Deus?
Jesus foi direto ao assunto: Quantos pães tendes? E eles lhe disseram: Sete e um pouco de peixinhos. Era o suficiente. Jesus mandou que se assentassem no chão. Tomou os pães, partiu-os e os abençoou; igualmente, tomou os peixes e, dando graças, os deu a seus discípulos que distribuíram para todos. Um exemplo maravilhoso de Jesus para todos nós, porque não comia sem ter dado graças aos céus. A gratidão é fundamental e tudo que temos, que chega a nossas mãos é permissão de Deus, ou melhor, é bondade de Pai para conosco.
Jesus poderia fazer chover peixes e pães, como aconteceu com o maná que caiu do céu, quando da peregrinação no deserto, quis multiplicar a partir de algo que existia, que traziam consigo, ou seja, pães e peixes reais. Conosco também, Ele cuida de multiplicar nossa fé, se o pedirmos; nossos dons, se os disponibilizamos, nossas esperanças, se cremos; nossa capacidade de amar, se despojamos de nosso egoísmo e vontade própria, e nos voltamos para o nosso próximo.

Todos comeram e se fartaram e ainda sobraram sete cestos cheios. Isso porque Jesus faz muito mais por nós do que carecemos, e aquelas pessoas, em número de quatro mil homens, mais mulheres e crianças puderam seguir saciados. É assim que Jesus faz: sacia-nos em nossas necessidades terrenas e, muito mais, nas espirituais, pois nos preenche o espírito e despede o vazio do nosso coração. Após esses acontecimentos, entrou no barco e seguiu para Magdala.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

CURA DE UM SURDO E GAGO


               
                         (Marcos 7.31-37)   

         Tendo curado a filha da mulher Cananeia, Jesus deixou Tiro e Sidom, indo para o mar da Galileia, em Decápolis, região habitada por gentios.  O lago de Tiberíades, ou de Genesaré, com cerca de treze km, de água doce, era chamado de mar, ficava na Galileia, e havia povoamentos a sua volta. Foi lá que, segundo os Evangelhos de Mateus e Marcos, Jesus arrebanhou quatro dos seus discípulos, ou seja, Pedro e seu irmão André e os irmãos e João e Tiago.
         Foi também nesse lugar que lhe trouxeram um surdo que falava com muita dificuldade, presume-se fosse gago, para quem o povo clamava pedindo a Jesus que impusesse as mãos sobre ele. Não era apenas esse que desejava uma cura, muitos gritavam, acenavam, tentavam chamar, se mostravam,  mas Jesus preferiu dar uma atenção especial e reservada a esse homem. Separou-o da multidão e a ele deu um atendimento particular. Ele poderia tê-lo assistido ali entre tantos que esbarravam e O comprimiam, mas preferiu separá-lo dos outros,  permitindo-lhe uma experiência pessoal consigo, o Cristo de Deus, porque é capaz de fazer mais do que pedimos, pensamos ou sonhamos.
Assim também hoje, há pessoas buscando por uma atenção diferenciada, um à parte que lhes conduza até Jesus e faça acontecer esse encontro.  Mas, a indiferença, a falta de tempo, o acúmulo de preocupações impedem que o papel de ministros e discipuladores de almas, seja realizado conforme deveria: “E, tirando-o à parte de entre a multidão, meteu-lhe os dedos nos ouvidos; e, cuspindo, tocou-lhe a língua. E, levantando os olhos ao céu, suspirou e disse Effata; isto é, abre-te. E logo se abriram seus ouvidos e a prisão da língua se desfez e falava perfeitamente.”.
Jesus o retirou do meio da multidão, do rebuliço e da gritaria daquele  povo, para mostrar que o prezava de forma especial e de maneira particularizada o iria curar. Jesus, na cura de um cego, certa feita, fez barro com a saliva e passou-lhe nos olhos. Havia uma crença entre o povo que o cuspe  poderia curar cegueira, mas Jesus fez diferente, tocou-lhe a língua e  ela destravou. Quando deixamos a cegueira da incredulidade pela ação do Espírito Santo, passamos a ver por outro foco, nossos ouvidos se abrem para a voz de Deus e nossa língua anseia por propagar o Nome e os feitos de Jesus.
Jesus poderia apenas dar um comando, mandar com uma palavra, mas sabia o que estava fazendo e por que. Quando levanta os olhos para o céu, demonstrou claramente de onde originava o Seu poder, do alto.  Assim se colocava como submisso ao Pai do céu, dando-nos o exemplo. Todos pediram que o curasse pela imposição de mãos, mas preferiu de outra maneira, por que para cada caso e pessoa Jesus imprimia a mesma misericórdia, porém, por diferentes métodos.
Aquele homem era um impossibilitado de se expressar com clareza, necessitava de outros para ouvir por ele e de interceder pelos seus desejos. Jesus tem preferência pelos que se abandonam em total dependência, como foi o caso do homem paralítico que precisou de outros para atravessar o telhado com sua cama; do outro aleijado que precisava mergulhar no tanque de Siloé e não havia quem o arremessasse nas águas, os que reconhecem que Deus é a saída para sua vida. Também o caso do centurião que rogou por seu servo, o pai que rogou pela filha moribunda e vários outros. Privilegiou essas situações para mostrar a necessidade e o valor de que alguns intercedam pelos outros, que é a demonstração de amor ao próximo, consequentemente, de amor a Deus: a intercessão tem valor dobrado, pois abençoa a todos.
O que se repetia em vários casos era o pedido de Jesus para que nada dissessem aos outros, não divulgassem o ocorrido, mas em vão: quanto mais proibia, mais divulgavam. Mesmo sabendo que iriam desobedecer, Jesus os advertia sobre isso, para alertá-los, talvez por questão de segurança e proteção, ou mesmo para se evitar conflitos com os opositores radicais, porque a quase maioria que buscava a Jesus era gentia e isso pesava negativamente contra o povo e contra a continuidade da obra de  Jesus.
“Admirando-se sobremaneira, diziam: Tudo faz bem; faz ouvir os surdos e falar os mudos.”

       Deus seja louvado hoje e para todo o sempre!

terça-feira, 5 de novembro de 2013

CURA DA FILHA DA MULHER CANANEIA





    
          
                         (Marcos 7.31-37)

         Tendo curado a filha da mulher Cananeia, Jesus deixou Tiro e Sidom, indo para o mar da Galileia, em Decápolis, região habitada por gentios.  O lago de Tiberíades, ou de Genesaré, com cerca de treze km, de água doce, era chamado de mar, ficava na Galileia, e havia povoamentos a sua volta. Foi lá que, segundo os Evangelhos de Mateus e Marcos, Jesus arrebanhou quatro dos seus discípulos, ou seja, Pedro e seu irmão André e os irmãos e João e Tiago.

         Foi também nesse lugar que lhe trouxeram um surdo que falava com muita dificuldade, presume-se fosse gago, para quem o povo clamava pedindo a Jesus que impusesse as mãos sobre ele. Não era apenas esse homem que desejava uma cura, muitos gritavam, acenavam, tentavam chamar a atenção, mas Jesus preferiu atender a esse homem. Separou-o da multidão e a ele deu uma assistência particular. Ele poderia ser atendido ali entre tantos que esbarravam nele, mas preferiu separá-lo dos demais, permitindo-lhe uma experiência pessoal consigo, o Cristo de Deus, porque é capaz de fazer mais do que pedimos, pensamos ou sonhamos.

Assim também hoje, há pessoas buscando por uma atenção diferenciada, um à parte que lhes conduza até Jesus e faça acontecer esse encontro.  Mas, a indiferença, a falta de tempo, o acúmulo de preocupações impedem que o papel de ministros e discipuladores de almas, seja realizado conforme deveria: “E, tirando-o à parte de entre a multidão, meteu-lhe os dedos nos ouvidos; e, cuspindo, tocou-lhe a língua. E, levantando os olhos ao céu, suspirou e disse Effata; isto é, abre-te. E logo se abriram seus ouvidos e a prisão da língua se desfez e falava perfeitamente.”.

Jesus o retirou dali, do rebuliço e da gritaria do povo, para mostrar que o prezava de forma especial e de maneira particularizada o iria curar. Jesus, na cura de um cego, certa feita, fez barro com a saliva e passou-lhe nos olhos. Havia uma crença entre o povo que a saliva poderia curar cegueira, mas Jesus fez diferente, tocou-lhe a língua. E ela destravou. Quando deixamos a cegueira da incredulidade pela ação do Espírito Santo, passamos a ver por outro foco, nossos ouvidos se abrem para a voz de Deus e nossa língua anseia por propagar o Nome e os feitos de Jesus.

Jesus poderia apenas dar um comando, mandar com uma palavra, mas sabia o que estava fazendo e por que. Quando levanta os olhos para o céu, demonstrou claramente de onde originava o Seu poder, do alto.  Assim se posicionava submisso ao Pai do céu, como humano, dando-nos o exemplo. Todos pediram que o curasse pela imposição de mãos, mas preferiu de outra maneira, por que para cada caso e pessoa Jesus imprimia a mesma misericórdia, porém, por diferentes métodos.

Aquele homem era um impossibilitado de se expressar com clareza, necessitava de outros para ouvir por ele e de interceder pelos seus desejos. Jesus tem preferência pelos que se abandonam em total dependência, como foi o caso do homem paralítico que precisou de outros para atravessar o telhado com sua cama; do outro aleijado que precisava mergulhar no tanque de Siloé e não havia quem o arremessasse nas águas, os que reconhecem que Deus é a saída para sua vida. Também o caso do centurião que rogou por seu servo, o pai que clamou pela filha moribunda e vários outros. Privilegiou essas situações para mostrar a necessidade e o valor de que alguns intercedam pelos outros, que é a demonstração de amor ao próximo, consequentemente, de amor a Deus: a intercessão tem valor dobrado, pois abençoa a todos.

O que se repetia em vários casos era o pedido de Jesus para que nada dissessem aos outros, não divulgassem o ocorrido, mas em vão: quanto mais proibia, mais divulgavam. Mesmo sabendo que iriam desobedecer, Jesus os advertia sobre isso, para alertá-los, talvez por questão de segurança e proteção, ou mesmo para se evitar conflitos com os opositores radicais, porque a quase maioria que buscava a Jesus era gentia e isso pesava negativamente contra o povo e contra a continuidade da obra de  Jesus.

“Admirando-se sobremaneira, diziam: Tudo faz bem; faz ouvir os surdos e falar os mudos.”

       Deus seja louvado hoje e para todo o sempre!
     


sábado, 2 de novembro de 2013

CURA DA MULHER ENFERMA


                     
                 Mateus 9.20-22; Marcos 5.25-34; Lucas 8.43-48.
Uma mulher se aproximou e tocou a orla do vestido de Jesus. Era uma mulher sofredora, que há doze anos padecia de um fluxo de sangue que não lhe dava trégua. Uma hemorragia tão prolongada, numa época em que a medicina era bem atrasada, representava em sua vida uma completa falta de esperança. Quantos médicos visitados! Quanto dinheiro gasto em vão! Quanta desilusão! Fraca, desnutrida pela perda constante do sangue, complexada entre as pessoas, quase nada lhe restaria fazer. Vivia numa época em que à mulher não era dado o devido valor, muito menos no seu caso em que se sentia e se mostrava  ainda mais inferiorizada.
Mas ela creu e foi o bastante. Ouviu falar de Jesus e das maravilhas que operava e, assim, resolveu buscá-Lo. Pensava consigo que, se apenas tocasse na orla de sua roupa, bastaria. Vencendo todas as dificuldades e driblando sua própria fraqueza, lá se foi atrás daquele que traria de volta a sua vida. Quanto pensamento atribulado passava pela sua mente e quanta inquietude em seu coração até que viu a Jesus!
Quantos de nós, depois de padecermos, enfrentarmos lutas vãs, inclusive contra as culpas e os pecados, ouvindo falar de Jesus, O buscamos e O encontramos.  Assim nos libertamos de nossos males interiores, do peso do pecado que escraviza, da fraqueza espiritual que nos coloca fácil e constantemente nas mãos de Satanás que decide nos cirandar, com muito gosto e prontidão. Sozinhos, jamais nos libertaríamos, somos incapazes de encontrar dentro de nós mesmos algo assim, porque com o coração vazio de Jesus, pouco ou nada sobra de bom em nós.
Tocando em Jesus, o fluxo parou imediatamente e, neste mesmo instante sentiu que seu corpo estava liberto do mal. Jesus, ao sentir que de si saíra virtude, perguntou aos discípulos: “Quem me tocou?”.  Nenhum deles sabia, mas, Pedro e os seus companheiros questionaram sua indagação, pois a multidão O apertava e O oprimia. Jesus não perguntou por que não soubesse, mas porque esse fato deveria se perpetuar através dos tempos, na caminhada de Jesus, entre seus grandiosos feitos, para que chegasse até nós e nos transmitisse esperança.
A mulher não conseguiria ocultar-se. Estava a felicidade estampada no seu rosto e seu corpo falava por si mesmo. Impossível quem é agraciado com as virtudes de Jesus e tocado pelas bem-aventuranças divinas se manter quieto e calado. A luz se reflete nele e se esparge alcançando outros. Esse é o mistério e o ministério da fé que é desafiadora e viva e nos leva a transpor limites que desconhecemos, porque capacita o homem e o impele a agir com confiança em Deus e nas promessas eternas com que o  motiva!
Os discípulos estranharam aquela pergunta por que era muito grande a multidão que apertava o Mestre, quem sabe até empurrando-O de um lado para outro. Mas Jesus olhava para os lados para verificar sobre quem recaíra aquela grande bênção. Mas aquela mulher, em estado de graça, feliz, mas atemorizada; apaziguada, mas, tremendo de emoção, aproximou-se, prostrou-se diante dEle e contou toda a verdade. E Jesus lhe disse: “Tenha bom ânimo, filha, a tua fé te salvou; vai em paz, e sê curada deste mal.”.
Quando curados de algum mal, quando libertos de opressão ou de qualquer outro problema, devemos ter bom ânimo. Basta crer, para que a glória de Deus seja manifesta em nós e seremos instrumentos para ir e levar a outros a esperança. Par a ir e ensinar o Caminho da redenção aos demais que ainda não foram ou não se sentiram afortunados pelo misericordioso amor de Deus em sua vida. Louvado seja Deus!