(Marcos 7.31-37)
Tendo curado a filha da mulher Cananeia,
Jesus deixou Tiro e Sidom, indo para o mar da Galileia, em Decápolis, região
habitada por gentios. O lago de
Tiberíades, ou de Genesaré, com cerca de treze km, de água doce, era chamado de
mar, ficava na Galileia, e havia povoamentos a sua volta. Foi lá que, segundo
os Evangelhos de Mateus e Marcos, Jesus arrebanhou quatro dos seus discípulos,
ou seja, Pedro e seu irmão André e os irmãos e João e Tiago.
Foi
também nesse lugar que lhe trouxeram um surdo que falava com muita dificuldade,
presume-se fosse gago, para quem o povo clamava pedindo a Jesus que impusesse
as mãos sobre ele. Não era apenas esse que desejava uma cura, muitos gritavam,
acenavam, tentavam chamar, se mostravam, mas Jesus preferiu dar uma atenção
especial e reservada a esse homem. Separou-o da multidão e a ele deu um
atendimento particular. Ele poderia tê-lo assistido ali entre tantos que
esbarravam e O comprimiam, mas preferiu separá-lo dos outros, permitindo-lhe
uma experiência pessoal consigo, o Cristo de Deus, porque é capaz de fazer mais
do que pedimos, pensamos ou sonhamos.
Assim também
hoje, há pessoas buscando por uma atenção diferenciada, um à parte que lhes conduza até Jesus e faça acontecer esse encontro. Mas, a indiferença, a falta de tempo, o
acúmulo de preocupações impedem que o papel de ministros e discipuladores de
almas, seja realizado conforme deveria: “E, tirando-o à parte de entre a multidão,
meteu-lhe os dedos nos ouvidos; e, cuspindo, tocou-lhe a língua. E, levantando
os olhos ao céu, suspirou e disse Effata; isto é, abre-te. E logo se abriram
seus ouvidos e a prisão da língua se desfez e falava perfeitamente.”.
Jesus o retirou
do meio da multidão, do rebuliço e da gritaria daquele povo, para mostrar que o
prezava de forma especial e de maneira particularizada o iria curar. Jesus, na
cura de um cego, certa feita, fez barro com a saliva e passou-lhe nos olhos. Havia
uma crença entre o povo que o cuspe poderia curar cegueira, mas Jesus fez
diferente, tocou-lhe a língua e ela destravou. Quando deixamos a cegueira da
incredulidade pela ação do Espírito Santo, passamos a ver por outro foco,
nossos ouvidos se abrem para a voz de Deus e nossa língua anseia por propagar o
Nome e os feitos de Jesus.
Jesus poderia
apenas dar um comando, mandar com uma palavra, mas sabia o que estava fazendo e
por que. Quando levanta os olhos para o céu, demonstrou claramente de onde
originava o Seu poder, do alto. Assim se
colocava como submisso ao Pai do céu, dando-nos o exemplo. Todos pediram que o
curasse pela imposição de mãos, mas preferiu de outra maneira, por que para
cada caso e pessoa Jesus imprimia a mesma misericórdia, porém, por diferentes
métodos.
Aquele homem
era um impossibilitado de se expressar com clareza, necessitava de outros para
ouvir por ele e de interceder pelos seus desejos. Jesus tem preferência pelos
que se abandonam em total dependência, como foi o caso do homem paralítico que
precisou de outros para atravessar o telhado com sua cama; do outro aleijado
que precisava mergulhar no tanque de Siloé e não havia quem o arremessasse nas
águas, os que reconhecem que Deus é a saída para sua vida. Também o caso do
centurião que rogou por seu servo, o pai que rogou pela filha moribunda e vários
outros. Privilegiou essas situações para mostrar a necessidade e o valor de que
alguns intercedam pelos outros, que é a demonstração de amor ao próximo, consequentemente,
de amor a Deus: a intercessão tem valor dobrado, pois abençoa a todos.
O que se
repetia em vários casos era o pedido de Jesus para que nada dissessem aos
outros, não divulgassem o ocorrido, mas em vão: quanto mais proibia, mais
divulgavam. Mesmo sabendo que iriam desobedecer, Jesus os advertia sobre isso, para
alertá-los, talvez por questão de segurança e proteção, ou mesmo para se evitar
conflitos com os opositores radicais, porque a quase maioria que buscava a Jesus
era gentia e isso pesava negativamente contra o povo e contra a continuidade da
obra de Jesus.
“Admirando-se sobremaneira, diziam:
Tudo faz bem; faz ouvir os surdos e falar os mudos.”
Deus seja louvado hoje e para todo o
sempre!
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